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10 de June de 2019Método pode ser empregado para antever cenários e avaliar projetos e políticas públicas de longo prazo, bem como gerar subsídios para players da cadeia de exportação direcionarem investimentos.
Uma parceira entre a Embrapa Territorial, a Unicamp e a Universidade Federal de Minas Gerais. Desenvolveu um modelo matemático para estimar mudanças nas áreas de influência terrestre dos portos, com a implantação de novas infraestruturas de transporte.
A área de influência indica a faixa do território de onde é viável transportar carga até um determinado porto, para a importação e exportação. É também chamada de hinterlândia ou bacia logística.
Inédito, o método pode ser empregado para antever cenários e avaliar projetos e políticas públicas de longo prazo, bem como gerar subsídios para players da cadeia de exportação (operadores portuários, operadores logísticos, tradings, etc) direcionarem investimentos.
Método pode ser empregado para antever cenários e avaliar projetos e políticas públicas de longo prazo
Ele avalia a viabilidade econômica do transporte, até determinado porto, de cargas a granel, como produtos agrícolas, minério, fertilizantes etc, através de três variáveis: valor do frete, distância e declividade dos terrenos nos trajetos avaliados.
Entretanto, há a possibilidade de acrescentar outros fatores de análises, desde que tenham um componente espacial, ou seja, que considerem a localização no território. “É possível colocar todos os projetos logísticos existentes no Brasil e ver o que acontece com a configuração da área de influência dos portos brasileiros”, explica o engenheiro agrícola e ambiental Marlon Fernandes de Souza, um dos autores do trabalho.
O método
Publicado no Journal of Transport Geography (fator de impacto: 5,899), o método foi inspirado no conceito de bacias logísticas, desenvolvido pela Embrapa Territorial e aplicado no Sistema de Inteligência Territorial Estratégica da Macrologística Agropecuária (SITE-MLog) para a cadeia de grãos. Neste caso, a análise considera o que já efetivamente aconteceu, a partir de dados da produção municipal de grãos e da identificação da origem dos produtos e dos portos de destino.
A delimitação das bacias logísticas de grãos disponível no SITE-MLog foi utilizada para validar o novo modelo. No artigo publicado no Journal Transport Geography, esse estudo de validação é apresentado, com a indicação do porto com menor custo para transporte de produtos a partir de cada região.
Inspirado no conceito de bacias logísticas, método foi desenvolvido pela Embrapa Territorial e aplicado no Sistema de Inteligência Territorial Estratégica da Macrologística Agropecuária (SITE-MLog) para a cadeia de grãos
“Mais de um porto pode ser economicamente viável, gerando sobreposições entre as áreas de influência terrestre”, destaca Souza, acrescentando que o modelo permite identificar as regiões em que cada um deles é o mais competitivo, o que é particularmente interessante nas regiões Sul e Sudeste do Brasil, onde os portos são mais próximos uns dos outros.
“Criamos uma regionalização portuária dinâmica que pode ser expandida para outros produtos, incorporar novos projetos logísticos e corredores de transporte, de forma a avaliar o impacto no setor portuário”, completa.
Estratégia
Segundo o chefe-geral da Embrapa Territorial, Gustavo Spadotti, a ideia de construir um modelo matemático começou com uma reflexão da equipe a partir das bacias logísticas: “Será que as bacias logísticas praticadas hoje estão em conformidade com as bacias de custo? A nossa hipótese é de que elas seriam iguais ou semelhantes porque as cargas teriam percorrido as rotas de menor custo”, explica.
Uma das principais aplicações do modelo é orientar a priorização de obras e outros investimentos
Para ele, uma das principais aplicações do modelo é orientar a priorização de obras e outros investimentos. “Você precisa ter um valor atribuído a essas rotas para saber se o impacto de novas rotas será positivo para o escoamento das safras e para reduzir o custo Brasil”, avalia.
Não só estradas e ferrovias podem alterar os caminhos preferenciais até os portos. “Quando se consegue encher os contêineres de algodão antes de chegar aos portos ou a grandes centros urbanos, como está acontecendo agora no Oeste da Bahia, é possível começar a criar uma nova rota logística a partir de novos pontos”, exemplificou.
Original de A Lavoura
Jurídico, Gestão, Inovação e Tecnologia são os quatro pilares de consultoria no Agronegócio da Foraster Agrointeligência.