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10 de June de 2019Nossas rodovias não oferecem condições necessárias para o escoamento de enormes safras.
Recentemente o IBGE divulgou dados relativos ao crescimento do mercado agrícola no Brasil. Mato Grosso continua sendo o estado com maior valor de produção agrícola, com R$ 174 bilhões e também tem os três municípios brasileiros com o maior valor de produção que são Sorriso, Campo Novo do Parecis e Sapezal, respectivamente.
O que fica evidenciado com isto é que tudo que depende única e exclusivamente da iniciativa privada, funciona muito bem no Brasil, já que este crescimento aconteceu pelas iniciativas dos produtores rurais. Cabe aqui uma ponderação para estes brilhantes produtores: preocupem-se também com o crescimento de nossa infraestrutura.
Esta preocupação não seria necessária se nossos governos, responsáveis pelas melhorias de nossa logística, principalmente de nossas estradas de escoamento, fizessem a sua parte, o que infelizmente não fazem.
Quando falamos em logística a situação é mais preocupante ainda. Existem três formas de escoamento da nossa produção, rodoviária, ferroviária e fluvial. O diferencial nos custos destes modais são nesta proporção: se gastamos R$ 100 no transporte rodoviário, a alternativa da ferrovia seria em torno de R$ 67 e da hidrovia R$ 33 e, infelizmente, é a alternativa mais cara que nós mais usamos.
Nossas rodovias estão obsoletas, não oferecem as mínimas condições necessárias para o escoamento destas enormes safras que nossos competentes produtores estão produzindo para alimentar o mundo.
Para melhor entendimento, vamos pegar o exemplo da soja. Nossa qualidade não perde em nada para a soja americana, por conseguinte, a soja CIF China (o maior importador do mundo) tem o mesmo preço independentemente da origem, no entanto os custos da logística interna lá nos USA é em torno de U$$ 50,00 por tonelada inferior ao nosso. O que significa que nosso produtor, vendendo o mesmo produto, para o mesmo destino recebe em média de U$$ 3 a U$$ 5 por saco a menos que nosso concorrente.
Já somos um dos, senão o maior exportador de alimentos do mundo, apesar de todos estes problemas, mas já está na hora do poder público olhar com mais cuidado para as necessidades do agronegócio. E é hora também dos produtores se preocuparem mais e cobrarem mais por infraestrutura.
Estamos falando de um setor primário, formado por famílias e que trabalham incansavelmente na contribuição da construção, evolução e segurança econômica do Brasil. O agronegócio merece mais atenção, mais política pública e merece ser prioridade dos governos.
Por João Augusto Birkhan
Original de Globo Rural
Jurídico, Gestão, Inovação e Tecnologia são os quatro pilares de consultoria e assessoria no Agronegócio da Foraster Agrointeligência.