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A Casa Branca acaba de divulgar o resultado do encontro entre o presidente do Brasil, Jair Bolsonaro, e dos Estados Unidos, Donald Trump. Para o agronegócio, já foram firmados acordos para o trigo e o setor de carnes.

O presidente Bolsonaro anunciou que o Brasil implementará uma cota tarifária, permitindo a importação anual de 750 mil toneladas de trigo americano com taxa zero.

Os Estados Unidos concordaram em agendar uma visita técnica do Serviço de Inspeção e Segurança Alimentar do Departamento de Agricultura dos Estados Unidos para auditar o sistema de carne bovina brasileiro e avaliar a retomada das compras de carne in natura, suspensas desde 2017.
Os EUA e o Brasil concordaram em avaliar a abertura do mercado brasileiro para a entrada de carne suína americana.

Na avaliação do consultor da BMJ Matheus Andrade, o resultado foi positivo para os dois lados. “Os Estados Unidos conseguem a principal concessão que almejavam (cota do trigo) e o Brasil fica mais próximo de reabrir o mercado para a carne bovina”, diz ele.

Para a especialista em comércio internacional, Renata Amaral, o tema trigo não pode ser base para avaliar se houve perda ou ganho para o Brasil.

“Eu acho que sobre o trigo tem algo muito específico que não tem sido comentado. O Brasil, no final da rodada com o Uruguai, em 1994, na OMC, se comprometeu a ter uma cota com tarifa zero para vários países, não só para os Estados Unidos. E esse compromisso brasileiro lá de trás nunca havia sido implementado”, explica a consultora da BMJ.

Para o analista de mercado da consultoria Safras & Mercado Elcio Bento, a entrada de trigo norte-americano no mercado brasileiro será mais um desafio para os agricultores locais.

“É um desafio, pois já há um momento com muito trigo vindo da Argentina, e as dificuldades para o produtor brasileiro são bastante elevadas. Na formação de preço, atualmente o trigo norte-americano ainda é mais caro que o argentino e atualmente não teria pressão sobre as cotações. Mas pode haver momentos em que o trigo americano passe a ser competitivo, principalmente para mercados do Norte e do Nordeste, então haverá uma pressão (negativa) ainda mais forte sobre as cotações do trigo nacional”, afirma.

No mercado de carnes, o analista de mercado da Radar Investimentos Leandro Novo, estima que a retomada das exportações da carne in natura do Brasil para os EUA trará efeitos benéficos para a pecuária nacional.

“Em termos de potencial das exportações, os EUA devem comprar de 5 mil a 10 mil toneladas por mês. Mais do que isso, o importante é a chancela para o encaminhamento de outros mercados importantes como México e Canadá. Em termos de volume o nosso principal parceiro é a China, que compra em torno de 50% do que a gente exporta”, diz Novo.

Santa Catarina é o maior produtor e exportador de carne suína do Brasil, e o presidente da Associação Catarinense dos Criadores de Suínos não gostou da notícia que envolve o setor.

“Avaliamos com preocupação. Santa Catarina está aberto para exportar para os EUA, e é irrisório o que eles compram. Não vemos com bons olhos (a importação). Lá o governo trabalha melhor para o agronegócio. Isso vai trazer uma preocupação e aquilo que não está bom de preço pode ficar ainda pior”, disse.

Veja mais análises sobre a missão do Brasil nos EUA, clique aqui e veja os vídeos.

Por Kellen Severo

Fonte: Canal Rural

A Foraster Agrointeligência tem entre os seus pilares a Gestão para solução dos problemas do Empresário Rural.

Confira 3 Acordos Anunciados "Brazil Day in Washington" que Afetam o Agronegócio Brasileiro 

A Casa Branca acaba de divulgar o resultado do encontro entre o presidente do Brasil, Jair Bolsonaro, e dos Estados Unidos, Donald Trump. Para o agronegócio, já foram firmados acordos para o trigo e o setor de carnes.

O presidente Bolsonaro anunciou que o Brasil implementará uma cota tarifária, permitindo a importação anual de 750 mil toneladas de trigo americano com taxa zero.

Os Estados Unidos concordaram em agendar uma visita técnica do Serviço de Inspeção e Segurança Alimentar do Departamento de Agricultura dos Estados Unidos para auditar o sistema de carne bovina brasileiro e avaliar a retomada das compras de carne in natura, suspensas desde 2017.
Os EUA e o Brasil concordaram em avaliar a abertura do mercado brasileiro para a entrada de carne suína americana.

Na avaliação do consultor da BMJ Matheus Andrade, o resultado foi positivo para os dois lados. “Os Estados Unidos conseguem a principal concessão que almejavam (cota do trigo) e o Brasil fica mais próximo de reabrir o mercado para a carne bovina”, diz ele.

Para a especialista em comércio internacional, Renata Amaral, o tema trigo não pode ser base para avaliar se houve perda ou ganho para o Brasil.

“Eu acho que sobre o trigo tem algo muito específico que não tem sido comentado. O Brasil, no final da rodada com o Uruguai, em 1994, na OMC, se comprometeu a ter uma cota com tarifa zero para vários países, não só para os Estados Unidos. E esse compromisso brasileiro lá de trás nunca havia sido implementado”, explica a consultora da BMJ.

Para o analista de mercado da consultoria Safras & Mercado Elcio Bento, a entrada de trigo norte-americano no mercado brasileiro será mais um desafio para os agricultores locais.

“É um desafio, pois já há um momento com muito trigo vindo da Argentina, e as dificuldades para o produtor brasileiro são bastante elevadas. Na formação de preço, atualmente o trigo norte-americano ainda é mais caro que o argentino e atualmente não teria pressão sobre as cotações. Mas pode haver momentos em que o trigo americano passe a ser competitivo, principalmente para mercados do Norte e do Nordeste, então haverá uma pressão (negativa) ainda mais forte sobre as cotações do trigo nacional”, afirma.

No mercado de carnes, o analista de mercado da Radar Investimentos Leandro Novo, estima que a retomada das exportações da carne in natura do Brasil para os EUA trará efeitos benéficos para a pecuária nacional.

“Em termos de potencial das exportações, os EUA devem comprar de 5 mil a 10 mil toneladas por mês. Mais do que isso, o importante é a chancela para o encaminhamento de outros mercados importantes como México e Canadá. Em termos de volume o nosso principal parceiro é a China, que compra em torno de 50% do que a gente exporta”, diz Novo.

Santa Catarina é o maior produtor e exportador de carne suína do Brasil, e o presidente da Associação Catarinense dos Criadores de Suínos não gostou da notícia que envolve o setor.

“Avaliamos com preocupação. Santa Catarina está aberto para exportar para os EUA, e é irrisório o que eles compram. Não vemos com bons olhos (a importação). Lá o governo trabalha melhor para o agronegócio. Isso vai trazer uma preocupação e aquilo que não está bom de preço pode ficar ainda pior”, disse.

Veja mais análises sobre a missão do Brasil nos EUA, clique aqui e veja os vídeos.

Por Kellen Severo

Fonte: Canal Rural

A Foraster Agrointeligência tem entre os seus pilares a Gestão para solução dos problemas do Empresário Rural.